Mestre dos Mestres

Mestre dos Mestres

domingo, 4 de dezembro de 2011

O Milagre de Ann Sullivan (1962) 1/8

Escola Helen Keller

Uma escola diferente
Informática é usada como forma de integração em escola de educação especial para deficientes auditivos em São Paulo

Por Olívia Rangel Joffily

A Escola Municipal de Educação Especial Helen Keller, um prédio grande e bem iluminado, fica ao lado do Parque da Aclimação, um local privilegiado na cidade de São Paulo. Mas os alunos, embora aproveitem o verde, não podem desfrutar o canto dos pássaros porque não ouvem, são crianças surdas. Como não ouvem, têm dificuldades de reproduzir os sons, embora biologicamente tenham condições de emiti-los.
E é por isso que, ao chegar às portas da escola, apesar da intensa agitação de crianças, não se escuta o alegre burburinho característico de um estabelecimento escolar. Ao invés disso, o que se observa é o gestual característico dos deficientes auditivos, a Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Aparentemente, a Helen Keller está na contramão da chamada educação inclusiva. Afinal, é uma escola especial destinada exclusivamente aos deficientes auditivos. Mas um exame mais detalhado mostra que a questão não é tão simples. Os problemas das crianças surdas vão além do que muitos estão acostumados a ver. Um deles, sem dúvida, é a comunicação.


Habituados ao silêncio, os alunos têm muita dificuldade de compreender um mundo cujos códigos de comunicação passam pela sonoridade e dependem em grande parte da fala. Outro aspecto fundamental é quanto à melhor forma de letramento e alfabetização dos deficientes auditivos. Algumas correntes defendem que a primeira “língua” do surdo é o sinal. Outras correntes são favoráveis ao aprendizado de leitura labial e estimulação da fala. E outras ainda defendem que é importante que o surdo domine as duas linguagens.
Não se trata de uma questão menor. O que está em discussão, na verdade, é a melhor forma de integrar o surdo à sociedade. A Escola Helen Keller já trilhou diversas orientações. Hoje, segundo as orientadoras pedagógicas Inês Castro e Izilda Correia, procura abrir todas as portas possíveis para seus alunos, ensinando a linguagem dos sinais, mas, ao mesmo tempo, buscando estimular a fala e a linguagem labial.
:: Informática como ferramenta

Neste sentido, a informática parece representar mais uma porta aberta para o aprendizado. Segundo relato das POIEs (Professoras Orientadoras de Informática Educativa) Mônica Conforto e Valéria Carvalho, os alunos adoram os computadores e amam viajar pela Internet. Sentem-se incluídos e iguais às demais crianças nesta viagem, já que o importante na Internet é a comunicação visual.
Recente decisão do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de apoiar financeiramente o desenvolvimento de um programa de computador que traduz textos em português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) pode representar um grande avanço para a educação de deficientes auditivos.
Seja usando a Libras ou a leitura labial, é necessário haver professores especializados, habilitados e muita dedicação para conseguir interessar as crianças (e também adultos) a se comunicar com o mundo. E isso não falta aos educadores da Helen Keller.

O projeto pedagógico da escola tem como prioridade a integração do surdo ao mercado de trabalho. Mas como fazer isso? Segundo a assistente de direção Tereza Cristina, para realmente ser incluído, o deficiente auditivo necessita de uma atenção especializada que o capacite a decifrar os códigos de linguagem e lhe permita comunicar-se com o mundo. Um professor sem habilitação especial, sem dúvida, teria muita dificuldade para entrar em contato com o aluno surdo e garantir que o processo cognitivo e o desenvolvimento geral da criança ocorram.
O letramento e a alfabetização são processos que desafiam educadores em todo o mundo, porque tem sido difícil assegurar que todas as crianças aprendam a ler e a escrever. O problema torna-se ainda mais complexo se imaginarmos crianças que possuem uma dificuldade a mais no seus contatos com o mundo que as cerca. É como se um fio estivesse desconectado.

O xis do problema é restabelecer a ligação. Isso exige estudo, experiência, especialização. Por isso, como afirma a assistente pedagógica Inês Castro, colocar este aluno numa classe comum sem assistência especializada significa incluí-lo apenas formalmente, sem garantir seu desenvolvimento.
Helen Keller, a famosa surda que deu nome à escola, dizia que não se deve engatinhar quando se tem o impulso de voar. Fiel à sua patrona, a EMEE procura ensinar seu alunos a alçar o vôo pela vida.
:: A escola em números e dados
A escola foi fundada em 1952 por iniciativa o capitão de Exército Francisco Vieira Fonseca, pai de três crianças portadoras de deficiência auditiva. Ele propôs à Secretaria de Educação, em 1951, a criação de um Núcleo de Recuperação voltado para o atendimento especializado de crianças surdas.

O núcleo foi fundado oficialmente em 13 de outubro de 1952, no bairro de Santana. Em 1956, foi transferido para o bairro da Aclimação, com o nome de Instituto Municipal de Surdos-Mudos. Em março de 1969, o Instituto passa a ter o nome de Helen Keller. Em 1976, com a criação da Lei nº 84389, que organiza a Educação de Deficientes Auditivos no Ensino Municipal, a escola passou a chamar-se Escola Municipal de Ensino de Deficientes Auditivos Helen Keller. A escola recebeu, em 1998, o nome de Escola Municipal de Educação Especial Helen Keller.
A escola tem hoje 427 alunos, distribuídos na Educação Infantil, Fundamental 1 e 2 e Suplência, realizada à noite. Conta com 51 professores, quase todos formados em Pedagogia e com habilitação especial na área de educação de deficientes da áudio-comunicação. Tem sala de leitura e, desde 1992, Laboratório de informática.
Utiliza a Libras e a leitura labial para comunicar-se com os alunos. Conta também com um atendimento especializado em reabilitação e estimulação da fala, audição e linguagem.
Escola Municipal de Educação de Deficientes Auditivos Helen Keller
Rua Pedra Azul, 314 - Aclimação 04109-000 São Paulo (SP)
Tel.  (11) 5573-4189 /0667


http://www.educared.org/educa/revista_educarede/especiais.cfm?id_especial=96

sábado, 3 de dezembro de 2011

Aos Mestres com Carinho

Aos mestres com carinho

Mariana Cruz


Dos filmes que têm como tema a profissão “mestre”, eu destaco cinco com carinho. Cada um, à sua maneira, traz uma peça do quebra-cabeça – sempre incompleto – sobre o significado dessa profissão.
Tais películas falam de professores revolucionários, excêntricos, autoritários, afetuosos, sofridos, obstinados, mas, sobretudo, com uma imensa vontade de transformar seus alunos em pessoas melhores.  São profissionais cuja função não se limita às quatro paredes de uma sala de aula, têm suas próprias vidas modificadas pelo oficio que escolheram e dessa forma, vivendo visceralmente sua profissão, conseguem transformar a vida de seus alunos. Encarnam de tal maneira o personagem-mestre em suas existências que os versos de Fernando Pessoa em Tabacaria bem que serviriam para descrever o efeito do oficio na vida pessoal desses docentes: “Quando quis tirar a máscara, estava pegada à cara”.

O primeiro filme marcante – para mim – sobre o tema é o clássico Ao mestre com carinho. Quem tem mais de trinta deve se lembrar da história protagonizada por um professor negro que dava aula para uma turma barra pesada da periferia londrina. A película é de 1966, mas não só os quarentões se beneficiaram com os ensinamentos do Sr. Thackeray; a geração dos anos de 1980 também aprendeu muito com ele. Na época em que foi exibido tornou-se um grande sucesso dos cinemas e, posteriormente, na sessão da tarde. Digo “grande sucesso” porque o filme passava toda hora, virava-e-mexia lá estava a fita com aquele coloridão típico das produções sessentistas a ofuscar os olhos da criançada dos anos 80.
O professor, Sr. Thackeray, interpretado por Sidney Poitier, era um engenheiro negro, desempregado, que começava a dar aula em uma escola pobre cujos alunos tinham como maior diversão agredir os professores até fazê-los pedir as contas. Não bastasse isso, os transgressores juvenis eram também racistinhas imberbes, pois encontravam na cor da pele de seu novo mestre ainda mais munição para suas ofensas. 
Sr. Thackeray põe os pré-delinquentes para cozinhar, dança com eles, fica por dentro de seus problemas pessoais, faz quase uma terapia em grupo. Embalados pelo hit To Sir, with love, após várias dificuldades, tensões, broncas, discursos, enfrentamento diário das provocações, medições de força etc., os pupilos começam a se afeiçoar ao mestre, que transforma profundamente suas vidas e torna a classe harmônica e respeitadora.
Findo o ano letivo, o professor é convidado para voltar a trabalhar com engenharia, mas ele decide continuar dando aula e continuar educando os jovens da periferia.
O elegante mestre que dava aula de terno e gravata ensinou muito sobre ética, solidariedade, perseverança e luta contra preconceitos, não só a seus alunos como aos espectadores do filme. E, se a memória não me falha, o filme termina com Sr. Thackeray entrando na sala da aula no ano seguinte e se deparando com uma nova turma de jovens revoltados. É o mito de Sísifo em versão pedagógica, com a diferença de que Thackeray gostava do levar a pedra para cima da montanha.
Mais de duas décadas depois de Ao mestre com carinho, foi vez de estrear na tela outro grande filme sobre professor: o mestre da vez é Mr. Keating, um tanto mais extrovertido e excêntrico que Mr. Thackeray.

Apesar do aspecto ariano de John Keating, sua entrada em sala de aula causa tanto choque quanto a do personagem Sidney Poitier, vinte e três anos antes. Ele entra assoviando em sua turma da  Welton Academy – uma escola ultraconservadora e tradicionalíssima, só para rapazes. Isso é apenas uma amostra do estilo nada ortodoxo desse professor de literatura. O filme se passa em 1959; Keating  foi aluno da instituição e teve sua vida estudantil retratada no "Year book" da escola. Lá consta sua participação em uma tal "Sociedade", uma turma de alunos que se reunia para ler poesias e levar para a vida os ensinamentos dos grandes poetas e escritores. Empolgados com a descoberta, seus atuais alunos resolvem ressuscitar a "Sociedade dos poetas mortos".
Os estudos poéticos, as aulas inusitadas de literatura e o espírito iconoclasta e libertador de Mr. Keating causam grande descoberta existencial na vida dos alunos. Mais do que ensinar literatura, o professor lhes ensina uma filosofia de vida, estimula-os a tornarem-se agentes de sua própria existência, não trilharem o caminhos que já estão há muito traçados para eles e aconselha seus contidos alunos a carpe diem, isto é, a aproveitarem o dia.
O embate entre originalidade X tradicionalismo fica cada vez mais intenso até chegar a situações-limite que acabam gerando sérios problemas ao mestre. O apoio da sala ao professor se manifesta na cena antológica em que os alunos sobem nas mesas e repetem o “capitain, my capitain”.
Essa cena, aliás, digam o que disserem: pode ser hollywoodiana, piegas, cinemão... mas é inesquecível. E Robin Williams sem dúvida está em uma das suas melhores interpretações (senão a melhor).
As ficções em torno da figura do professor movem e comovem muitas gerações. Quando essas histórias são baseadas em fatos reais, podem ser ainda mais inspiradoras do exercício da profissão. 

O milagre de Anne Sullivan é um exemplo disso. O filme conta a história da persistente professora do título, contratada para ensinar Hellen, uma menina de seis anos surda e cega desde bebê, a adaptar-se ao mundo. A força de vontade, vocação e fé de Sullivan é tanta que nada parece ser obstáculo para ela, nem mesmo os próprios pais de Hellen, com quem vive entrando em conflito, pois sempre sentiram pena da filha, mimando-a, sem nunca lhe terem ensinado algo concreto.   Durante anos, Hellen Keller tem comportamento selvagem e indisciplinado (como ela mesma irá descrever em um de seus livros posteriores). Anne Sullivan a estimula a utilizar o tato como o elo de ligação entre ela e o mundo; desenha palavras na mão da menina a fim de que ela compreenda a relação entre as palavras e seus significados. O tato passa a ser a via pela qual a menina “enxerga” o mundo, até que, em um momento, compreende realmente a linguagem. A partir daí, aprende o alfabeto braille e aos dez anos começa a falar. Em 1904, formou-se com louvor, e foi a primeira aluna cega e surda e terminar um curso universitário.
Na linha dos documentários sobre educação, está o brasileiro Pro dia nascer feliz, de 2006 (leia a resenha), que mostra o cotidiano de professores e alunos das escolas de diversas classes e regiões brasileiras. Na produção de João Jardim estão presentes as dificuldades que os professores passam, sua dedicação exaustiva, o sentimento de desvalorização profissional, a difícil relação com alguns estudantes, a falta de condições básicas nas escolas, a descrença de alguns professores em relação ao talento de seus alunos, as atividades criativas que fazem com que os jovens se descubram e várias outras questões relacionadas ao tema.

Para finalizar, fica a lembrança de um documentário francês, Etre et avoir, de 2002, traduzido literalmente aqui por “Ser e ter”. A história é sobre a escolinha de uma cidade do interior da França, Auvergne. O foco está em uma única classe, com duas turmas de idades diferentes: uma com crianças de até cinco anos, a outra com pré-adolescentes. A classe é ministrada por apenas um professor, Georges Lopez, que se desdobra para atender às demandas de alunos de idades tão distintas. O professor acompanha a turma desde o jardim de infância até o último ano do primário. Lopez, ao mesmo tempo que mostra atenção, cuidado e afeto, de forma alguma mima seus alunos; chega a ser, por vezes, duro e autoritário. O filme mostra a importância do trabalho em grupo e da solidariedade entre pessoas de diferentes idades e como é possível educar com carinho sem ser paternalista. Ou como ser duro, sem perder a ternura.
Feliz dia do Mestre!
Publicado em 16 de outubro de 2007.

Retirado do site

O Milagre de Anne Sullivan

 

A incansável tarefa de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora, ao tentar fazer com que Helen Keller (Patty Duke), uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo menos em parte) as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança.




                               http://awardmovies.blogspot.com/2009/10/o-milagre-de-anne-sullivan.html



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

É melhor dar, que receber




Ave Maria cheia de graças, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre; Jesus. Santa Maria mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na
hora da nossa morte. 
Amém.

Depois de rezar a Ave Maria, faça um pedido especial e lembre-se de trabalhar em prol dos seus sonhos, pois assim com Deus, seus esforços serão recompensados! Faça o bem,sem olhar a quem.Sem esperar recompensa.
É melhor dar que receber. Perdoe sempre.
Rezar e orar só faz bem. Que possamos receber luz e força Divina!